domingo, 29 de setembro de 2013

15 a 30 de junho de 2013

Gás e pedras



A juventude vai para ágora

Manifestar suas ideias

A caminhada é longa de vários kms

E não estão acostumados



Os Helicópteros os rodeiam

Os jovens pedem calma,

Ninguém quer se machucar

Querem fazer parte da democracia



E ouvem a bossa nova:



Tem gás, tem bombas, lá no fim do caminho

Tudo se transformando em cacos de vidro

É a tarde de sábado de sol do mês de junho

É a violência do estado transformando meninos



É ardido, é sangue no rosto, é emoção de não ser ouvido

Não é alegria, não é submissão é o gosto agridoce

De manifestar solidário contra a opressão

É o risco de cair do viaduto e bater a cara no chão



São escudos e armas de fogo contra pedras e canções

E o saque do estado transformando em mansões

É a religiosidade do futebol contra toda nação



É colorido vulgar de um Brasão no belo horizonte



Abre se as cortinas:



A juventude despretensiosa de uma única voz

Iluminada pelo fogo da emoção e de injustiça

Marcha solidária pedindo a liberdade de expressão

E no fim suas vozes se calam a tamanha aniquilação



Desce a ambulância no meio de 200 mil pessoas

Os polícias assistem de dentro da universidade

Exaltam sua vaidade, derrubaram uma jovem no chão

Dizem: achamos que no meio da fumaça tem ladrões!!!



No meio da neblina abre-se um vão

Escudos brilhando, o choque, mais um jovem desmaiado

Tem um professor no governo e estudante no chão



O hospital esta seguro com guardas armados

Tem homens de branco, tem atropelados

Tem impunidade do outro lado



Basta! Pediam os jovens!

E o estado na inércia não quer opinião.

Carlos Eduardo

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Absorvendo poemas




Almas mundo
TECER
Mundo almas




Palavras

Escrever

Versos



Os poemas

SURGEM


imortais



Palavras


AMANTES



verdadeiras



Escreva sobre o aço
Escreva mineiro solitário
Nas ruas de pedra e asfalto
Sujas de minério e arte

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Maria

Maria

Sorria nesta dia
Alimentando a sua vida
Das mais belas lembranças
Dos amigos adultos ou dos amigos crianças

Vá em frente em sua jornada
Esqueça as mitologias das fadas
Pois a realidade não é somente para os épicos
Que fingem intocáveis com suas amadas

O sol brilha para todos
E ilumina também seu rosto
Seu lábios declaram seus gostos
Para os belorizontinos ou para paulistanos

Parabéns nesta data
Você transcende o ouro e a prata
Pisando no minério das minas
Descobrindo as proveniências do ser


Siqueira

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Inspiração

"Decidi trabalhar seriamente e reli tudo o que havia escrito, há seis meses, sobre as mulheres. Não parece muito ruim, mas está sendo difícil para mim voltar a escrever. Não consigo entender muito bem por que alguém deva escrever o que quer que seja. O vasto mundo se basta, não tem nenhuma necessidade de nossas palavras".

Simone de Beauvoir
(Carta a Nelson Algreen em 24 de maio de 1947)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sem título

E será que realmente existe um sujeito que vai se transformando em algo que já não foi? Que deixa de ser seus outros? Eu prefiro vivê-los - no caso, vivê-las - em todas as suas disputas e dúvidas. Sendo uma, outra, todas. E procurando-me. Ora encontrando, quase sempre não. É o que me leva.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Recalque

Não tenho mais memória
Minhas lembranças se foram
Cansaram de minhas lamentações
E partiram sem dizer adeus

Recalcando minha self
Sigo com passos curtos
Dependente de meu inconsciente
Que atropela indiferente todo meu ser

Consumo meus pensamentos
O caos de minha ideias
Meus demônios e anjos
São meros atores desta farsa

Onde estão meus deuses?
Onde esta minha musa?
Não me lembro da ternura
Nem dos signos de outrora

Caminhos já se passaram em metáforas
Pedras não se formaram obstáculos
Somente estaquinou minha ignorância
A razão se transformou no ópio da alienação

Republicanismo

Os heróis viram criminosos
Ficam cheios de vaidades
Discutem a tortura e fazem
Desta uma forma lucrativa

Basta de golpes e de carnificina
Os Doutores pesquisam problemas
Das variadas perguntas mal feitas
Servem apenas de mais valia

Camarada, você morreu em vão
Serviu apenas de martírio
Virou uma construção de verdades
Em um momento de mentiras


Olhe o olho da fera
Profeta da burrice
Feliz de ser desalmada
Neste amor junta a agonia

Consuma a carne dos operários
Dos “inocentes” mestres do ensino
Fingindo que quer o bem para o bem
Mostrando ao mundo o militarismo

Não tenho preço
Não vendo a você minha alma
Não sou super-homem
Cale minha boca com um tiro!!!


Vomite suas frases de besta
De mulher cheia de mitos
Maquiavélica e ridícula
Morra em paz em seus conflitos...

domingo, 15 de agosto de 2010

ACHAVA QUE NÃO PODIA SER MAGOADA

Achava que não podia ser magoada;
achava que com certeza era
imune ao sofrimento —
imune às dores do espírito
ou à agonia.

Meu mundo tinha o calor do sol de abril
Meus pensamentos, salpicados de verde e ouro.
Minha alma em êxtase, ainda assim
conheceu a dor suave e aguda que só o prazer
pode conter.

Minha alma planava sobre as gaivotas
que, ofegantes, tão alto se lançando,
lá no topo pareciam roçar suas asas
farfalhantes no teto azul
do céu.

(Como é frágil o coração humano —
um latejar, um frêmito —
um frágil, luzente instrumento
de cristal que chora
ou canta.)

Então de súbito meu mundo escureceu
E as trevas encobriram minha alegria.
Restou uma ausência triste e doída
Onde mãos sem cuidado tocaram
e destruíram

minha teia prateada de felicidade.
As mãos estacaram, atônitas.
Mãos que me amavam, choraram ao ver
os destroços do meu firma-
mento.

(Como é frágil o coração humano —
espelhado poço de pensamentos.
Tão profundo e trêmulo instrumento
de vidro, que canta
ou chora.)

(tradução de Mônica Magnani Monte)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Causos da terra,,,

Começa o dia resmungado, vomitando palavras e mostrando suas conclusões cheias de discriminação. As constantes brigas orais com a esposa o transformou em um ser débil e irracional. Emitia irritantes gritos enquanto dormia e a irritava o quanto podia. Durante o dia consumia grandes doses de bebidas alcoólicas misturando suas formas de entendimento do mundo com as alucinações provocadas pelos líquidos entorpecentes. Honesto poderia ser em seus negócios e com seus amigos de bar. Enquanto deixava sua esposa no desconforto de um lar em desarmonia com a paciência e a paz. Resumia o bem estar em cruzar suas pernas e pedir o garçom mais uma cerveja. Seus filhos o ignoravam pois nenhum deles conseguia ter um momento de conversa agradável.
Caminhando ou arrastando seus pés vinha de encontro aos seus fantasmas mais íntimos, patrão, mulheres, bebidas, seus pais. Desempregado, mas criativo, ganhava a vida em seu veículo de carga lembrando que o empregador passado era para ele um grande motivo de orgulho e o fato de ter sido despedido o provocava grandes frustrações. Enfrentava todas suas dificuldades com um copo na mão e deixava que a vida resolvesse o resto. Sua história foi traçada junta as mulheres da vida e desrespeitava sua mulher no lar como podia. Achava que todas as mulheres eram meros ornamentos privados de liberdade e estáticas no ambiente domestico.
Metido em uma cama inerte sonhando acordado em seus tormentos vegetava aos olhares despercebidos dos passantes. Varias camas e um som de espera pela morte agonizava naquele momento. O lugar parecia um purgatório onde transavam homens de branco cheios de status sem os ter e infelizes precisando de ajuda. Onde estava os mitos que o acompanhavam desde o berço? onde estava os deuses, anjos? Onde estava as drogas? Queria se desligar e partir sem dor e sem medo. Basta desta tortura cheia de carnificina e demência e agora não teria nem escolha de morrer em paz.
Paz, foi algo que nunca ofereceu com quem dividia espaço e agora jaz como indigente e um ser completamente animal. O conforto de sua família? Todos partiram com suas frustrações aos lugares ilustres ou nebulosos, para cada um sua sorte, suas personalidades o levaram a suas posições sociais. Mas o homem jaz como coisa, como sempre foi tratado pela sociedade manarquica eclisiastica, federativa e a mulher como complemento maldito de toda esta fera que consome medilcrimente as coisas da terra.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles