quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Haiti: Acampamento servirá de base de apoio para movimentos feministas do país

Por Karol Assunção (jornalista da Adital)

Adital - O terremoto ocorrido na semana passada no Haiti deixou milhares de pessoas mortas, feridas e desabrigadas. Além de tentar resgatar as vítimas que ainda estão nos escombros de casas e edifícios que desabaram com o tremor, os haitianos enfrentam um novo desafio: reconstruir o país. Para ajudar nessa luta, o movimento feminista internacional está instalando um acampamento na fronteira entre Haiti e República Dominicana.

De acordo com Télia Negrão, membro da comissão executiva da Rede Feminista de Saúde, a intenção é que o acampamento sirva de base de apoio para os movimentos feministas e para as mulheres haitianas. Assim como em todos os setores do Haiti, as organizações feministas também precisarão se rearticular e se fortalecer.

Isso porque, segundo Télia, muitas lideranças morreram no desastre e as que sobreviveram estão abaladas emocionalmente. "Agora, o primeiro momento é identificar as líderes sobreviventes e prepará-las psicologicamente", comenta. Para ela, a preocupação maior das feministas do mundo todo é com a garantia da participação das haitianas na recuperação do país.

Télia explica que a ideia principal do acampamento internacional é construir uma rede de comunicação alternativa para fortalecer os movimentos sociais e de mulheres. "[Queremos] mostrar o outro lado dos fatos, a luta heróica dos haitianos e haitianas pela sobrevivência", revela.

Para facilitar o trabalho, acampamento está sendo instalado na cidade de Jimani, local estratégico, pois, além de ser o centro de comércio entre Haiti e República Dominicana, é a cidade para onde muitos haitianos e haitianas vão para tentar sair do país. Segundo Télia, a base contará com uma rádio, uma agência de notícias, um memorial às líderes feministas que morreram no terremoto e uma central de serviços.

De acordo com ela, a previsão é que funcione também, no local, uma unidade de saúde da mulher, que poderá ter ajuda psicológica e funcional às vítimas do desastre e da violência, intensificada em momentos como esse. "Esses serviços serão definidos em reunião nos próximos dias", afirma.

O acampamento está sendo implantado no país caribenho graças à ajuda financeira oferecida por entidades e movimentos de várias partes do mundo, como a da Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe, a qual destinou os recursos de um de seus projetos à causa.

No entanto, para Télia, essa não é a principal contribuição da Rede. "Nossa principal ajuda é a solidariedade e a política, na discussão de estratégias de retomada da luta das mulheres na reconstrução do Haiti", destaca.


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